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Métodos de Pesquisa

Laboratório de Abelhas - USP

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- Item 01 -
ANÁLISE DOS PRODUTOS ELABORADOS POR ABELHAS SOCIAIS

MÉTODOS

1) Coleta, herborização e identificação de plantas e coleta de grãos de pólen.

2) Preparação de material de referência polínica através do processo de acetólise ou do pólen fresco.

3) Análise e descrição do grão de pólen

4) Preparação de amostras de mel seguida por identificação e contagem dos grãos de pólen.

5) Correção das porcentagens de grãos de pólen em relação ao volume

6) Análises físico-químicas das amostras de mel (açúcares, proteínas, lipídeos, sais minerais, etc.).

7) Análise do efeito inibidor de méis em relação a diversos micro-organismos.

2) Preparação de material de referência polínica através do processo de acetólise ou do pólen fresco.

- A importância da polinização

- Polinário da USP de Ribeirão Preto (material preparado a fresco)

Denominamos de material de referência polínica as lâminas para microscópio com grãos de pólen preparados a partir das espécies vegetais a serem estudadas. Preferencialmente, o polinário de referência deve ser montado a partir de plantas coletadas em diversas regiões e ecossistemas, para que se tenha acesso a uma maior diversidade de grãos de pólen.

Para uso como referência polínica os grãos de pólen

podem ser preparados de duas formas: a fresco ou acetolisado. O primeiro método tem como vantagem a facilidade do processo; o segundo torna os detalhes que caracterizam os diferentes tipos de grãos de pólen mais visíveis ao microscópio, pois todo o conteúdo interno do grão é retirado durante o processo de acetólise.

Primeiramente, com o auxílio de lupa, os botões florais são abertos e os grãos de pólen retirados das anteras e colocados em tubos graduados de centrífuga e com fundo cônico. Nesse processo são utilizados pinças e estiletes. Deve-se tomar extremo cuidado para não haver contaminação de grãos de pólen de plantas diferentes. O material utilizado para manipular os botões florais de uma determinada espécie vegetal deve ser cuidadosamente esterilizado e isso se faz, colocando pinças e estiletes utilizados sobre a chama de uma lamparina a álcool e aquecendo-os ao rubro. (foto) Somente depois disso, deve-se manipular o material de outra planta. As mãos devem ser lavadas entre o manuseio de uma espécie vegetal e outra.

Na montagem de grãos a fresco procede-se segundo o método padronizado por Barth (1970 a, b, c, d - 1971). Escolha alguns botões e separe as anteras, depositando-as sobre uma lâmina de vidro. Coloque algumas gotas de solução de frutose (10 gramas de frutose em 50 ml de água) sobre a preparação. Disseque as anteras com auxílio de 2 estiletes, procurando retirar os fragmentos, deixando apenas os grãos de pólen. Leve a lâmina a uma placa aquecedora para secar. Quando a preparação estiver seca, deposite uma gota de gelatina glicerinada, cobrindo com uma lamínula. A solução de frutose tem a finalidade de fazer o grão adquirir a forma “normal”, isto é, próxima àquela que teria quando imerso no mel. Como alternativa, durante a dissecção das anteras, pode-se adicionar algumas gotas de éter para remover o excesso de gorduras (neste caso, é preciso cuidado para evitar a aspiração de vapores). A vantagem deste procedimento está no fato de que se obtém uma preparação mais limpa.

Na montagem de grãos de pólen através do método da acetólise deve-se seguir o procedimento descrito por Erdtman (1960).

Devem ser montadas três lâminas para posterior análise ao microscópio e, estas devem ser etiquetadas de forma coerente com o nome da planta de origem. Se for possível, o grão de pólen deve ser fotografado e sua foto anexada ao banco de dados referente à espécie vegetal analisada.

Referências

BARTH MO. 1970a. Análise microscópica de algumas amostras de mel. 1. Polen dominante. An. Acad. Bras. Cienc. 42, 351-66

BARTH MO. 1970b. Análise microscópica de algumas amostras de mel. 2. Polen acessório. An. Acad. Bras. Cienc. 42, 571-90

BARTH MO. 1970c. Análise microscópica de algumas amostras de mel. 3. Polen isolado. An. Acad. Bras. Cienc. 42, 747-72

BARTH MO. 1970d. Análise microscópica de algumas amostras de mel. 4. Espectro polínico de algumas amostras de mel do estado do Rio de Janeiro. Rev. Bras. Biol. 30, 575-82

BARTH MO. 1970d. Análise microscópica de algumas amostras de mel. 6. Espectro polínico de algumas amostras de mel dos estados da Bahia e do Ceará. Rev. Bras. Biol. 31, 431-4

ERDTMAN G. 1960. The acetolysis method - a revised description. Svensk. Bot. Tidskr. 54: 541-50.