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Métodos de Pesquisa

Laboratório de Abelhas - USP

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- Item 01 -
ANÁLISE DOS PRODUTOS ELABORADOS POR ABELHAS SOCIAIS

MÉTODOS

1) Coleta, herborização e identificação de plantas e coleta de grãos de pólen.

2) Preparação de material de referência polínica através do processo de acetólise ou do pólen fresco.

3) Análise e descrição do grão de pólen

4) Preparação de amostras de mel seguida por identificação e contagem dos grãos de pólen.

5) Correção das porcentagens de grãos de pólen em relação ao volume

6) Análises físico-químicas das amostras de mel (açúcares, proteínas, lipídeos, sais minerais, etc.).

7) Análise do efeito inibidor de méis em relação a diversos micro-organismos.

4) Preparação de amostras de mel seguida por identificação e contagem dos grãos de pólen.

Os grãos de pólen são muito bem preservados no mel, por isso podem ser montados em lâminas, diretamente, sem qualquer tratamento químico. Nesse caso deve-se seguir o procedimento descrito por Maurizio & Louveaux (1965).

- A contribuição da melissopalinologia

- Fotos de grãos de pólen em méis do estado de São Paulo

Separe aproximadamente 10 g de mel, ou pouco mais de 5 ml, e coloque no tubo de ensaio. Acrescente cerca de 20 ml de água morna (uma seringa plástica para injeção é adequada para fazer essas medições). Misture bem. Centrifugue durante 5 minutos à 2000 rpm.

Após a centrifugação, retire o máximo possível de líquido, virando lentamente o tubo, com cuidado para não perder o sedimento que está no fundo. Com uma pipeta, succione e espalhe o sedimento sobre uma lâmina de vidro, numa área aproximada de 2 x 2 cm. Se necessário, com a pipeta, adicione uma gota de água (filtrada e fervida) no tubo de ensaio para recolher o sedimento remanescente. Coloque a lâmina sobre uma placa aquecida (placa de amianto usada para esquentar comida, p.ex.), para secagem. Com um estilete, adicione um pequeno bloco (1mm x 1mm) de gelatina glicerinada sobre a porção central do sedimento. Leve a lâmina à placa aquecida (por volta de 60oC) para derreter a gelatina glicerinada. Ou, alternativamente, esquente o frasco com a gelatina glicerinada em banho-maria, e com um conta gotas adicione uma gota sobre o sedimento. Logo após, coloque uma lamínula sobre a preparação. O método acima foi modificado a partir de Louveaux et al. (1978).

Como método alternativo, deposite uma gota de mel diretamente sobre a lâmina, recobrindo-a com a lamínula. O maior problema, neste caso, está no fato de que pouquíssimos grãos de pólen serão encontrados (a centrifugação de uma maior quantidade de mel, acima mencionada, tem a finalidade de “concentrar” muitos grãos de pólen).

Se as amostras forem submetidas à acetólise, deve-se proceder como descrito por Louveaux et al (1970), modificado por Iwama & Melhem (1979). Neste caso, antes de se iniciar a acetólise, o mel deve ser diluído em água destilada morna, na proporção de 5ml de mel para 10ml de água. Diluir bem essa mistura com o auxílio de um tubo de vidro esterilizado. Colocar 10ml dessa mistura em um tubo de centrífuga graduado com fundo cônico e centrifugar durante 10 minutos a 2500-3000 rpm. Descartar o sobrenadante e colocar ácido acético sobre o material depositado. A partir desse ponto, deve-se dar início ao método da acetólise.

Depois que as lâminas estiverem montadas, deve-se proceder à análise e contagem dos grãos de pólen em microscópio. A análise dos tipos de pólen que surgem na lâmina é feita através do material de referência e também de consulta à bibliografia especializada e de chaves palinológicas. Segundo Vergeron (1964) devem ser contados 1000 grãos (analisando-se as três lâminas preparadas, tomando-se o cuidado para não repetir a contagem dos mesmos campos) e então, estabelecer as porcentagens em que cada tipo aparece.

Caso seja utilizado o método de acetólise, é recomendável que seja preparada pelo menos uma lâmina a fresco para que se possa comparar com o material acetolisado. Isto é importante porque alguns grãos são sensíveis à acetólise e podem ser destruídos, acarretando assim em um erro grave na análise.

Referências:

IWAMA S. & MELHEM TS. 1979. The pollen spectrum of the honey of T. angustulla Latreille. Apidologie 10 (3): 275-95.

LOUVEAUX J; MAURIZIO A & VORWOHL G. 1970. Methodik der melissopalynologie. Apidologie 1: 193-209.

MAURIZIO A. & LOUVEAUX J. 1965. Pollens de plantes melliferes d'Europe. Paris, UGAF.

VERGERON P. 1964. Interpretation statistique dês resultats em matiere d'analyse pollinique dês miels. Annls. Abeille 7: 349-64.